Parem a Internet que eu quero descer

O músico Elton John pediu o fim da Internet no mundo, segundo informações da agência de notícias Ansa. Ele alega que a tecnologia ajudou a destruir a indústria musical e as relações de amizade.

Um pedido legítimo, porém incompleto. Vamos acabar com as redes de TV, afinal elas destruíram o rádio. E o cinema, por ter ofuscado o brilho do teatro. As auto-estradas, por terem isolado a economia de milhares de pequenas cidades, sem esquecer a música pop, por esculachar anos de teoria clássica.

Detalhes não mudam o mundo, grandes revoluções sim. A possibilidade do conhecimento se tornar único é uma revolução, incluindo qualquer produção intelectual. Isso se tornou realidade na indústria do software, e, obviamente, algumas empresas demoraram a se adaptar à nova situação.

A música saiu do esquema garagem-gravadora-álbum e curiosamente, o mesmo Sir Elton não ficou para trás, disponibilizando toda sua discografia no iTunes. As novas garagens têm tecnologia de gravação digital nem imaginada há alguns anos e as músicas, publicadas diretamentes no MySpace e YouTube não vêem mais fronteiras, chegando ao consumidor sem intervenção de terceiros – se ofusca o produto, prevalesce o conteúdo.

O que parece o fim da propriedade intelectual é na verdade o fortalecimento do artista, e não descarta a necessidade de leis que proíbam a comercialização ilegal destas criações. Infelizmente, como na história anterior, existe quem ainda não entendeu que o mercado evoluiu.

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