Ubuntoo, Gentos ?

Faz pouco mais de dois anos que os problemas políticos do debian começaram a nos afetar, com a distribuição atrasada, o número de pacotes mantidos internamente era cada vez maior. A vantagem do apt e a mágica da resolução de dependências vinha por água abaixo. Foi nessa época em que o Sr. gentoo apareceu, e com ele, todas as maravilhas do emerge.

Sua distribuição, seus pacotes, total controle das dependências.

A possibilidade de customizar cada bit do sistema de maneira automatizada realmente era uma idéia tentadora. A migração foi rápida, e em pouco tempo, a maioria dos servidores já rodava gentoo. Os updates, customizados, eram distribuídos em forma binária pela rede, onde o controle de dependências ainda existia. Tínhamos nossa própria distribuição – Os únicos no mundo que tinham aquela distribuição.

Não lembro se foi entre o 2005.0 e 2005.1, talvez antes, coincidindo ou não com a saída de Daniel Robbins do projeto, o portage cresceu, acredito, mais do que aquele modelo podia comportar. Muitos pacotes, nem sempre em concordância, mudaram o conceito de “stable” da distribuição. Cada vez mais, era comum ter algum problema no meio de um –sync, e encontrar a solução nos fórums, ou talvez no bugzilla com um patch que possívelmente nunca entraria na árvore principal, junto com os comentários de dezenas de usuários que tiveram o mesmo problema simples num pacote “estável”.

Eles sempre tiveram uma ótima comunidade, e os fórums/wiki do gentoo ainda são uma ótima fonte de documentação para linux em geral, quando não usados para resolver problemas que já deviam ter sido resolvidos ~antes.

Deve ter sido em março que saiu o grande update do Java. Agora não tínhamos mais uma única VM, e sim o que eles chamavam de generation-1 e generation-2. A primeira, limitada à versão 1.4, continuava como sempre foi, o jeito que todas as aplicações Java esperavam que ela estivesse configurada. A segunda, ignorava coisas simples como JAVA_HOME e esperava que fosse criado um ebuild para cada aplicativo “externo”.
Foi quando o Java deixou de participar das tais “dependências”, vivendo como um pacote alheio à distribuição.

A real revolução começou nos desktops, onde os updates sem propósito se tornaram mais freqüentes (recompilar openoffice porque a revisão do mantenedor mudou de -r3 para -r4). Ubuntu encerrou a turbulência, e, depois de tanto tempo, pudemos experimentar utilizar algo que simplesmente funcionava. Lembro de ter configurado uma conexão adsl (pppoe), sem nunca ter feito isso antes, sem ter que compilar ppp ou recompilar o kernel. Tudo simplesmente já estava lá.

Os servidores começaram a ser substituídos em seguida, não pelo Ubuntu, pois acreditamos que não existe distribuição que supra todas as necessidades globalmente, e sim pelo Centos, recompilação do Redhat Enterprise mantido pela comunidade. Diferentes em aplicação, duas distribuições que têm algo muito importante em comum: Foco.

Faça o que fizer, é necessário ter um objetivo, customização pode ser o caminho para o ganho de performance, mas padrões e coerência são o caminho para a estabilidade. No fim das contas, o tempo economizado justifica qualquer flag a mais no gcc.

Hoje sai o Ubuntu 6.10, the Edgy Eft. O texto serve de comemoração :)

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